Estudo em lápis contè Clique para aumentar |
A ideia inicial concebida por um grafiteiro chamado Crione era juntar vários grafiteiros com outros artistas de outras áreas e fazer obras hibridas com grafitti e materiais diversos, dependendo do artista.
Me juntei com o Rafael Frenesi e numa conversa rápida entramos em acordo do que teria na tela e comecei a esboçar algumas coisas em papel, para ter alguma ideia do que iria fazer.
O processo todo foi um grande desafio, começando pelo tamanho. Com um metro e 10 centímetros de largura por dois metros de altura é a maior pintura que já fiz e encarar uma tela branca desse tamanho não foi fácil.
Me baseei bastante em desenhos que fiz previamente para sair do zero e estes estudos realmente me ajudaram muito no começo. Utilizei até uma modelo que participou de uma sessão de modelo vivo no ateliê para poder ter referências melhores.
Outro ponto que foi complicado (mas muito bom) foi ter que desapegar totalmente do resultado final da tela pois não tinha ideia do que o Frenesi iria fazer.
Para ele não havia muito problema porque está acostumado a dividir muros com outros grafiteiros, mas pra mim foi um exercício. Até porque, normalmente preciso me basear no todo da obra para continuar a pintar, mas nesse caso a parte dele ficou esperando um bom tempo pra ser feita.
Frenesi - primeira sessão |
Neste meio tempo pude dar continuidade em algumas outras coisas, pois já tinha áreas grandes com grafitti com as quais podia interagir.
Uma das ideias que tive após a essa primeira intervenção de grafitti foi a de fazer os tubarões flutuando ao redor das mulheres e o besouro pousado na flor, porque o Frenesi resolveu colocar alguns insetos ao redor, além de outros animais que acabaram não sendo feitos no final. Utilizei este desenho para testar os tubarões.
Modifiquei algumas coisas durante o processo. Umas para testar alguns conceitos que estudava na época, outras apenas por questões estéticas minhas.
Uma destas foi o rosto da mulher da esquerda, que não me agradou desde o princípio.
Acabei pedindo para a Sandra (uma aluna do Ateliê Contraponto) posar para eu fazer o rosto, que me parecia muito mais interessante.
Foi um trabalho longo e muito proveitoso, pois me ensinou bastante coisa sempre me levando a uma situação nova.
PS: troquei a foto final por uma outra com melhor qualidade
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