11/27/11

Leonardo da Vinci (ou "como respeitar os mestres")

É fácil falar que uma pessoa é um gênio quando todo mundo reforça esta ideia. As pessoas falam por que outros falaram e assim uma ideia que nem sempre é verdadeira vai se propagando. Mas nada como conversar com o "gênio" (essa palavra ainda não me parece muito boa) para estar de frente com as ideias e poder perceber se os que apenas repetem o que ouviram por acaso estão certos.
Felizmente quando se estuda uma obra de um  mestre, muitas vezes se pode entender como ele mesmo pensou ao fazer aquilo, e a sensação é quase como se o próprio estivesse conversando com você.

Neste último mês estive estudando desenho tonal. É um estudo em carvão e pastéis em tons de cinza, aonde se deixa o valor do papel agir como meio tom.
Quando recebi a referência do meu professor, não só achei que seria um estudo relativamente fácil como não sabia de quem era o original.
Lá estava eu com aquela referência de panejamento (tecido) pensando que seria mais trabalhoso do que difícil de fazer. E comecei o desenho no carvão.
Conforme ia avançando, cada vez mais ia percebendo que o buraco era mais em baixo. Por sorte meu professor corrigiu alguns problemas logo no início e então percebi a complexidade do pensamento por trás daquele pano enrolado.


Demorei um pouco, mas acabei a minha conversa com o Leonardo da Vinci. Depois de conhecer o modo como ele pensava o desenho, respeito muito mais este artista do que apenas quando via a Mona Lisa (La Gioconda) e  ouvia as pessoas dizerem que era um gênio. Eu prefiro chamá-lo de Mestre.

Carvão e pastel sobre papel
Original de Leonardo da Vinci

2 comments:

  1. Ao vivo está ainda melhor! Muito bom, Alexandre.

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  2. Também prefiro, principalmente porque, por genio, entendemos um indivíduo "despirocado" que ninguém entende.
    Abs.

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