10/19/09

Modelo vivo

Sábado passado tivemos após a aula, uma sessão de modelo vivo. Essas sessões se baseiam em poses rápidas de 30 segundos, 1 minuto e por aí vai, até as poses mais longas que são de 20 minutos.

Pouco antes do início da sessão, em uma conversa pra dar alguns parâmetros para os alunos mais novos nesse tipo de desenho, meu professor introduziu o assunto "desenho gestual", e falando nisso, a conversa evoluiu para "não estar preso a um desenho certinho, com cara de finalizado, que as pessoas entendam", até porque em 30 segundos não há tempo pra isso.
Modelo vivo - 5 minutos

Sendo assim, fomos para a sessão, e realmente os meus primeiros desenhos de 30 segundos as vezes são tao abstratos que poderiam estar em uma exposição de arte contemporânea (claro que com o devido texto explicativo sobre a linearidade da vida e a relação entre o ser humano e o tempo escasso).
Modelo vivo - 10 minutos


Após a percepção "esquentar" um pouco, parece que escolhemos melhor o que representar do modelo no papel, e por isso os desenhos ficam menos parecidos com emaranhados de linhas. O tempo vai ficando maior também e os 5 minutos parecem uma eternidade comparados aos 30 segundos do começo.
Modelo vivo - 10 minutos

Nas poses mais longas tive um insight e mudei a minha intenção, que era de fazer algo mais acabado, pra tentar captar mais sutilezas nas massas. Não estou falando de detalhes, mas de coisas que estão ali na base, mas não tão visiveis para olhos mais afoitos.


Modelo vivo - 20 minutos

Acho que essa mudança é que fez com que os desenhos ficassem se não melhores, pelo menos mais bem construidos.

8/09/09

Boas Novas (auto-promoção desavergonhada)


"Monge"

A algum tempo atrás, durante um desses passeios sem rumo na internet (infelizmente ainda tenho muitos), tive a sorte de encontrar uma daquelas referências que simplesmente pedem pra serem desenhadas ou pintadas.

Aí, assim, sem pretenção mesmo eu a fiz em pastel, pois na época ainda estava crú demais para tentar fazer à óleo. Se fosse hoje tentaria com certeza.
Como a minha fluência com pastel ja era boa, consegui chegar a um resultado satisfatório e dentro do que me propús fazer. Uma das partes que mais me deixou satisfeito neste desenho foi a barba, pois mesmo sendo um pouco difícil de perceber numa primeira olhada, deixei o "papel respirar", ou seja, a cor de base usada foi a cor do papel cartão.

Enviei este desenho para um salão promovido por brasileiros mas que acontece em vários lugares na Europa. Já houve entre outros em Paris, Londres (aonde um outro trabalho meu recebeu "Menção honrosa")e Viena. Neste ano foi em Roma, e meu trabalho ganhou medalha de prata.
Esta é a primeira boa nova.

"Gordo" que recebeu menção honrosa em Londres em 2007

A segunda ótima nova é que agora sou papai. A Lais nasceu já faz 1 mes e poucos dias, no dia 4 de julho. Agora tenho muito mais trabalho e noites mal dormidas, mas ela vale todo esse esforço. A única coisa que não é muito boa é que com a chegada do bebê não tenho pintado mais em casa. Seja por que o tempo é quase todo dedicado a ela, seja por que o cheiro de tinta não é das coisas mais indicadas para um bebê. Vou dar um jeito de praticar de alguma outra maneira, mas por enquanto só pinto em dia de aula.

Minha mais nova musa inspiradora

6/11/09

Inevitavel

Há um bom tempo atrás, meu professor me convidou (assim como alguns outros colegas de atelie) para participar de uma exposição.
Na época ele dava aulas no MUBE (Museu Brasileiro da Escultura) e haveria uma exposição de alunos de vários cursos do MUBE, e como ele havia começado o curso de desenho lá a pouco tempo, fomos convidados para representar o curso de desenho e pintura realista.

Fiquei sabendo desta exposição num sábado, e que seria inaugurada dali a uma semana e alguns dias. O Maurício (meu professor) me explicou sobre ela e disse:" Leva aquele desenho do velho chinês (qualquer dia eu coloco ele no blog, pra quem não conhece).

Mas nem tudo eram flores. Um dia antes eu havia inscrito este desenho do chinês em um outro salão, e por isso não poderia levá-lo para o MUBE. Na época também não tinha muitos trabalhos acabados a ponto de ter um outro que pudesse tomar o lugar do chinês. A saída seria fazer um trabalho novo nessas duas semanas.
No mesmo dia já tinha um conceito na cabeça e referências necessárias, e no dia seguinte fiz um esboço rápido que iria mostrar ao Maurício.
Alguns dias depois já havia mostrado o esboço e já tinha algumas diretrizes para o trabalho final.



Em menos de 1 semana fiz o trabalho final, o que pra mim na época foi um feito, pois costumava demorar muito mais mesmo em trabalhos simples. Uma das coisas que fez com que o trabalho fosse executado mais rapidamente foi o estudo feito anteriormente, que antecipou alguns dos problemas que poderia ter e me fez ter em mente como eu queria o trabalho final.

6/02/09

Obra do acaso (Vecchio)

Numa tarde em que o trabalho me deu uma folga (é raro mas acontece), resolvi desenhar. Procurei a primeira foto na internet de que gostei e usei de referência para um desenho rápido em grafite.

Algumas coisas neste processo foram recorrentes, entre elas a escolha do modelo: mais um velho (não consegui entender ainda por que dessa fixação em desenhar velhos). Outra das coisas recorrentes foram alguns erros na estrutura do desenho.

No sábado seguinte mostrei para meu professor, por que é sempre bom ver o que ele fala sobre um trabalho. Claro que ele achou mais alguns problemas além dos que eu tinha notado.

Em casa, fiz então um outro desenho, agora em pastel colorido, pra arrumar os problemas do anterior. Peguei um pedaço de papel craft que já tinha cortado e que estava me atrapalhando e foi nele mesmo (nota mental: nunca use qualquer coisa pra trabalhar, pois nunca se sabe o quanto ela pode se tornar uma obra acabada).



O resultado deste processo que começou como um "passatempo", apenas para treino, foi uma obra de que gostei bastante, e que por displicência minha não está no melhor dos suportes (inclusive com uma dobra que atravessa de lado a lado). Da próxima vez é melhor prestar mais atenção a todo o processo, mesmo para algo que teoricamente não será uma obra finalizada.

5/27/09

Figura1- estudo


Ha algum tempo atrás o pessoal do ateliê estava reunido para fazer um projeto coletivo, usando como base o livro "A cegueira e o saber", de Affonso Romano de Sant’Anna.
Cada um leria o livro e traduziria algum conceito dele para uma obra, seja desenho ou pintura (dependendo da fase de estudo em que a pessoa se encontrasse). No meu caso seria desenho em pastel colorido, pois não havia entrado na pintura a óleo (e mesmo hoje não acho que teria cara de pau pra fazê-lo em óleo).

Pois bem, livro lido... é hora de pinçar conceitos... ou reuni-los (o que acabou não sendo tão difícil quanto imaginei) e traduzir o resultado em uma imagem realista. Claro que pra simplificar poderia ter escolhido um retrato... ou uma cena simples, mas estava empolgado e acabei concebendo uma idéia que reuniu sete figuras de corpo inteiro em uma cena.
Meu professor sugeriu que eu fizesse o estudo separado das personagens, e agora seria hora de encontrar pessoas pra representar cada um dos sete.


Para alguns dos personagens foi muito difícil encontrar modelos (um ou dois ainda não defini quem os representará), mas outros foram muito fáceis, como o caso do representante da classe política, numa “atuação” de um amigo de faculdade.
O estudo em tons de cinza feitos com pastel seco ficou bom, e acho que me servirá bem para quando fizer a obra final, mas o prazer de rolar de rir ao vê-lo vestido como um grego antigo não tem preço (hehehe).

5/24/09

Max



Esta distinta figura (que na verdade é completamente louco) foi a primeira pessoa que me aconselhou a fazer aulas de desenho e é por isso que eu estreio este blog com este trabalho.
Planejo um dia (sabe-se lá quando) fazer uma pintura, e este desenho é um estudo rápido de referência, feito em sanguínea sobre papel sulfite. Embora eu devesse trabalhar melhor alguns planos para conseguir um realismo maior, gostei do resultado gráfico que obtive.